segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Quando chega a hora...

Desde que estava grávida, sempre ouvi essa frase: os filhos são da vida. Ok! Ok! Toda mãe sabe disso, mas peraí, tudo tem limite. Em menos de duas semanas, tanta coisa nova na vida do meu filho, (e na minha), que ele já caiu assim, de cara na vida! Isso porque ainda não completou 7 anos. Lembrando que de terça feira ele entra na escola às 09h30, almoça por lá e saí às 17h15, por causa da aula de inglês, preciso confessar: NÃO ESTOU PREPARADA PARA VER MEU FILHO INDO DE VAN PARA A ESCOLA – ufa! consegui!
Na minha época era perua, mas agora é uma anoooorme Van.

Imagine a cena: Passava das 12h30 quando o Sr. Wavá estaciona sua enorme Van para 15 lugares na porta da nossa vila. Lá vou eu, entregar meu filho mais uma vez para a vida. Para um ESTRANHO – super recomendado pela escola e tal, mas ok – um estranho para mim. No caminho até a Van, as mãozinhas dele suadas e apertadas com as minhas, ao mesmo tempo em que estava “se achando,” já que todas as crianças da vila estavam lá para presenciar esse momento. Abre-se a porta da Van e 13 crianças sérias e com cara de saco cheio dentro dela. As coitadas passaram por muitas casas até chegarem até aqui – a penúltima antes da escola. E os lugares disponíveis eram lá no fundão no meio de uns pré adolescentes. Sim, porque o Wavá, pega também os pré adolescentes.
E fiquei com a imagem da carinha do Theo me olhando com cara de: mãe eu sou corajoso, mas me tira daqui – e um tchauzinho meio sem graça. Eu uma mãe leonina e com o hormônios totalmente alterados e fora de si, quase corri atrás da Van, ou peguei o carro para segui-la. Mas, respirei fundo e resolvi não pagar esse mico.
Bem, depois de sofrer horrores, ligar para uma amiga para desabafar, decidi que essa coisa de Van é muito pra minha cabeça e que eu realmente não estou preparada para tal aventura. Ligo carinhosamente para o Wavá – que tem a cara, a cor e a idade do meu pai, tipo sósia – e decido que eu mesma vou buscar o Theo. Ele gentil, diz que sim, claro, sem problemas. Quando chego na escola para buscá-lo, pensando que ele iria pular no meu pescoço de alegria, me agradecer por não deixá-lo entrar naquele inferno, e ficar SUPER feliz com a surpresa, o que eu escuto? Ah, mãe, eu queria voltar com o Wavá.
Oqueeeeee? Meu coração disparou e depois despedaçou. Sentei com ele no banco da escola e conversamos. Batemos a primeira DR das nossas vidas. Só que ele foi o adulto e eu bem... eu...
Ele disse que foi super maneiro, que tem TV na Van, e que quando passava num buraco ele pulava. Que quer sim continuar indo e voltando de Van. Eu pergunto se ele tem certeza e ele diz que sim. Que de vez em quando ele quer ir comigo. E eu penso: é ele cresceu e eu continuo a mesma.
Acho que ta aí a diferença, eles mudam, crescem e a gente TEM que acompanhar. E é assim, a cada dia. Amanhã, Wavá entra de novo na área. Mas ele já entendeu com quem está lidando. Vou buscá-lo ao menos umas duas vezes por semana, talvez três, enquanto eu puder. Quem sabe um dia não sigo a Van? Vai saber como ficarão meus hormônios até agosto...

Amanhã é a vez do Levi. Primeiro dia de aula.

2 comentários:

  1. Rê, chorei. Sei exatamente o que vc está sentindo. Adorei 'ele cresceu, eu continuo a mesma'. A gente vai sobreviver! Bjs

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  2. Lindo post, Renata. E eu tb me identifiquei com a frase "ele cresceu e eu continuo a mesma". É exatamente assim q eu me sinto. O Sandinho vai fazer 9 anos dia 25 e eu não consigo enxergá-lo assim... é meio estranho.
    Tudo de bom pra vcs. Boa sorte para o Levi amanhã.

    Beijos

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